quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Morte e Ressurreição- Solenidade do Fiéis defuntos


Todas as coisas estão coordernadas e esta harmonia é o princípio que dá unidada às coisas criadas, tornando-as semelhantes a Deus. Nesta ordem das coisas criadas, altas criaturas reconhecem o sinal da sapiência de Deus, que é o fim último a que é subordinada a ordem do mundo." ( A Divina Comédia, Paraíso, Canto I)
     Após celebrarmos a Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus a Mãe Igreja faz memória de Todos os Fiéis Defuntos. Eis os estados da Igreja de Cristo: peregrina, padecente e triufante. Esta para onde, à luz das virtudes teologais, a fé ,a esperança e a caridade militamos esperançosos em ver o ''dia sem ocaso'' a Jerusalém Celeste, nossa Mãe, aonde adoraremos o Cordeiro Imaculado na companhia da Santa Mãe de Deus e da numerosa multidão que '' alvejou as suas vestes no sangue do cordeiro'' , os santos, nossos irmãos na fé católica.
  Eis a morte a nos tragar. Um dia, uma hora, um momento...ela baterá à porta da nossa existência e deixaremos a passagem efêmera do cosmos e adentraremos no repouso eterno. ''Creio na ressurreição da carne!'' ''Ressuscitou ao terceiro dia conforme às escrituras!''  Através desses dois artigos da profissão de fé da Igreja ,que é o cerne da peregrinação terrestre do cristão, pois como no-lo diz o apóstolo ''se Cristo não ressuscitou é vã a nossa fé!'' ; ''de todos os homens somos os mais dignos de compaixão'' se o nosso Divino Redentor não houvesse vencido o patíbulo da cruz, o escárnio dos zombadores, a morte! Ele venceu, aleluia! E nós com Ele! ''ó, morte quem és tu? Qual o teu aguilhão?'' Tu já fostes vencida pelo Kyrios crucificado ressuscitado!
  Meus amigos é Jesus ressuscitado a única razão e santa esperança, pela qual lembramos dos nossos enti-queridos. Se Nele esperaram, entrarão e entraremos como, canta o salmista, ''no meu repouso prometido!''
Quão salutar é escutarmos nosso irmão São Francisco de Assis a cantar:

''Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a Morte corporal,
Da qual homem algum pode escapar.

Ai dos que morrerem em pecado mortal!
Felizes os que ela achar
Conformes à tua santíssima vontade,
Porque a morte segunda não lhes fará mal'''   '
 ''Da qual homem algum pode escapar.'' Penso na serenidade em que São Francisco entoava esses versos! A morte. Realidade mais certa para o homem! Garantia que para o cristão cônscio conduzi-lo-á à beatitude eterna! Bendita a irmã morte se assim for e de fato cremos para vermos o Senhor ''tal como Ele é!'' Maldita a morte corpórea que por conseguinte dar-nos-á o castigo eterno! Confiemos no Senhor! ''Nossa vida está escondida em Cristo!''
   '' Aos outros, a morte, os paralisa e assusta. A nós, a morte --- a Vida--- dá-nos coragem e impulso. Para eles, é o fim; para nós, o princípio.'' Caminho, 738 
    Não há outro vetor pelo qual passaremos pela ''Porta das ovelhas'', pelo ''Caminho que nos leva ao Pai'' que é Jesus, nosso Senhor. Amém!

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