quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria


Ave, lírio de ilibada pureza! Ave mãe da Infinita grandeza! Ó Rainha virginal! Concebestes vós o Verbo encarnado e de vós nasceu o Rei esperado! Maravilha sem igual!
 Na Inglaterra e na Normandia já se celebrava no século XI uma festa da conceição de Maria. Em 1439, o Concílio de Basileia considerou este mistério como uma verdade de fé, e Pio IX, com a Bula ''Ineffabilis Dei'' proclamou-o dogma em 1854.
   Deus inefável, "cuja conduta toda é bondade e fidelidade", cuja vontade é onipotente, e cuja sabedoria "se estende com poder de um extremo ao outro (do mundo), e tudo governa com bondade", tendo previsto desde toda a eternidade a triste ruína de todo o gênero humano que derivaria do pecado de Adão, com desígnio oculto aos séculos, decretou realizar a obra primitiva da sua bondade com um mistério ainda mais profundo, mediante a Encarnação do Verbo. Porque, induzido ao pecado — contra o propósito da divina misericórdia — pela astúcia e pela malícia do demônio, o homem não devia mais perecer; antes, a queda da natureza do primeiro Adão devia ser reparada com melhor fortuna no segundo.
  Assim Deus, desde o princípio e antes dos séculos, escolheu e pré-ordenou para seu Filho uma Mãe, na qual Ele se encarnaria, e da qual, depois, na feliz plenitude dos tempos, nasceria; e, de preferência a qualquer outra criatura, fê-la alvo de tanto amor, a ponto de se comprazer nela com singularíssima benevolência. Por isto cumulou-a admiravelmente, mais do que todos os Anjos e a todos os Santos, da abundância de todos os dons celestes, tirados do tesouro da sua Divindade. Assim, sempre absolutamente livre de toda mancha de pecado, toda bela e perfeita, ela possui uma tal plenitude de inocência e de santidade, que, depois da de Deus, não se pode conceber outra maior, e cuja profundeza, afora de Deus, nenhuma mente pode chegar a compreender.( Extrato da Bula Ineffabilis Dei. Pio IX, 1854)
    Com júbilo, a Igreja, neste Tempo do Advento, celebra a admirável Solenidade da Imaculada Concepção da Virgem Maria. Deus, o Pai, para, como nos diz o apóstolo,'recapitular todas as coisas em Cristo, predestinara a '' Mulher bendita entre todas'' para ser a Mãe na ordem da graça! Ei-la: Maria! Da estirpe de Davi; Maria, do ditoso ventre de Ana! Descendente do Messias, e na economia da salvação, à sua Mãe! Maria, ''Παναγία'' a ''Panagia'', a Toda Santa, como a saúdam os cristãos ortodoxos. 
    'O Senhor me possuiu no início de seus caminhos, desde o começo, antes que criasse alguma coisa. Desde a eternidade fui constituída, e desde o princípio, antes que a Terra fosse criada. Ainda não havia os abismos, e eu já estava concebida; nem as fontes das águas haviam ainda brotado.' ( Provérbios, VIII)
    Anterior à Reforma Litúrgica do Concílio Vaticano II, esta era a Página da Escritura que a Igreja proclamara nesse dia.      Que bela alegoria à Senhora Maria! Desde sempre; desde o primeiríssimo momento da criação a Trindade Santíssima pensara em Maria; cumulando-a da graça primeira e, por conseguinte, livrando-a da nódoa do pecado original em, como reza a oração coleta, ''previsão dos méritos de Cristo!'' Quando Deus segregara a Beatíssima Virgem Maria, dentre todos da Humanidade, o Senhor antecipa, e mostra, em quão sublime ato, o seu infinito amor por nós. Deus olhou para Maria e pensou em mim e em vós, como posteriormente ela cantara no Magnificat ''e sua misericórdia se estende de geração em geração!'' 
     Reverenciar a Mãe de Deus hoje, dia da sua Conceição Imaculada, é contemplarmos o Amor de de Deus, sobretudo nesse Advento em sabermos que foi pelo seu ''Fiat'' tão livre, mas tão comprometedor até a Ara da Cruz, que o Verbo sempiterno ''armou à sua Tenda em meio a nós! Nós to saudamos, ó Virgem Pia, com o mesmíssimo ''Ave'' com o qual Gabriel saudou-te! És bendita para sempre! Adornada da candura celestial! Confiamos, ó Mãe; ó Senhora, em ti! Dá-nos o Jesus Santo concebido em teu seio!

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